James Ussher (1581-1656)
Arcebispo do século XVII, após um longo estudo das genealogias do Antigo Testamento, da confrontação de várias versões deste, e da datação de feitos históricos citados por outras fontes da Antiguidade (e.g. a data do reinado de Nabucodonosor), chegou, em 1650, à data de 4004 anos A.C. para a Criação, e mais concretamente a 23 de Outubro, pelo calendário Juliano (o mês veio do facto de haver fruta pronta a ser colhida no jardim do Éden, e também de ser o início do ano judaico, e o dia veio da ideia de que tinha que ser um Domingo, i.e. quando Deus descansou).
Edmund Halley (1656-1742)
Sugeriu em 1715 um método inteiramente natural para calcular a idade da Terra. Assumindo que originalmente a água dos oceanos não era salgada, e que os sais que contêm vêm dos rios, então se fosse possível medir o aumento de salinidadade do mar entre dois momentos suficientemente distantes no tempo, podia-se, por extrapolação calcular a “duração de todas as coisas”. Embora não conseguisse levar a cabo quaisquer medidas, Halley admitiu que o “mundo deve ser muito mais antigo do que muitos imaginam até agora”.
Comte de Buffon (1707 – 1788)
Buffon sugeriu que a Terra e os outros planetas haviam sido formados quando um cometa colidira com o Sol. A substituição de Deus por um acidente cósmico causou problemas com a Igreja, e em 1751 a Faculdade de Teologia da Sorbonne exigiu uma retratação. Uma outra proposta de Buffon, foi que a Terra, após a origem devido à colisão de um cometa com o Sol, começara incandescente e arrefeceu desde então. Calculando a taxa de arrefecimento podia-se inferir a idade. Buffon levou a cabo uma série de experiências e acabou por chegar a datas extremamente precisas : 74832 anos desde a formação da Terra que levou, 2936 anos até se consolidar, mais 30 000 anos ou 35 000 anos até que arrefecesse o suficiente para que a água se tornasse líquida. A vida começou no mar, e só 60000 após o seu inicio é que os seres vivos puderam viver em terra firme. A idade sugerida para a Terra causou de novo problemas com a Sorbonne. Buffon, admitia que as diferentes espécies resultavam de transformações lentas e graduais de espécies anteriores. As transformações experimentadas pelas espécies eram, segundo ele, , progressivas, “existindo muitas espécies intermédias”. Para que este processo ocorra, é necessário muito tempo. A visão transformista do mundo que Buffon apresenta em Histoire Naturelle (36 volumes) levou à incompatibilização com Lineu.
James Hutton (1726 – 1797)
Este geólogo escocês avançou com outra teoria que expandia ainda mais a idade da Terra. Hutton ficou particularmente impressionado pelos processos de erosão das rochas e do modo como esta erosão resultava eventualmente na formação de solo fértil. Os processos de erosão eram combinados com processos como o vulcanismo, pelos quais novas rochas eram trazidas à superfície e levantadas para formar montanhas. Estas por seu turno sofriam novos processos de erosão, deposição de sedimentos em camadas, transformação destas camadas em rochas sólidas, e novos levantamentos que recomeçavam o ciclo. Tudo isto fazia com que a Terra se mantivesse em equilíbrio. O tempo que estes processos levavam era enorme – mas também era impossível medir visto que estes ciclos de erosão e levantamento podiam ter ocorrido incontáveis vezes. Este geólogo escocês, defendeu que os fenómenos geológicos existentes na actualidade são idênticos aos que ocorreram no passado. Esta teoria ficou conhecida como Teoria do Uniformitarismo (ou Princípio das Causas Actuais).
George Cuvier (1769 – 1832)
Em 1795, em plena Revolução Francesa, George Cuvier foi nomeado assistente no Museu de História Natural de Paris. Cuvier era um cientista brilhante. Levou a cabo investigações em geologia, e sobretudo Anatomia Comparada e Paleontologia dos Vertebrados, disciplinas que criou. No caso dos fósseis, Cuvier estabeleceu de uma vez por todas que eram restos de organismos extintos. Cuvier acabou por concluir a partir das suas observações que houvera no passado uma série de “revoluções” que haviam eliminado faunas inteiras, que haviam sido substituídas por outras, diferentes, eliminadas por seu turno: mais particularmente, havia uma alternância de depósitos terrestre e marinha, implicando várias subidas e descidas do mar. A última “revolução” teria ocorrido há cinco milhões de anos, e os seres humanos só se teriam espalhado pela Terra depois dela. Com base nos trabalhos de Cuvier, terá sido apresentada em 1799 a Teoria do Catastrofismo. Esta teoria defendia que uma sucessão de catástrofes teria ocorrido no decurso da História da Terra. Fenómenos como dilúvios ou glaciações, teriam ocorrido em determinados locais da Terra conduzindo à destruição dos seres vivos aí existentes. Estas áreas seriam repovoadas por seres vivos que migravam de outros locais.
William Thomson (1824-1907)
Outro cientista que tentou calcular a idade da Terra foi o físico escocês William Thomson, pioneiro da termodinâmica, e armado cavaleiro em 1866, e em 1892 agraciado com o título de Lord Kelvin. Kelvin utilizou vários métodos para calcular a Idade da Terra. Dos seus estudos, a partir de uma estimativa da idade do sol, outro baseado no arrefecimento da Terra (tal como fizera Buffon) e finalmente num terceiro baseado na forma e na velocidade de rotação do planeta. Kelvin calculou uma idade de 100 milhões de anos. Os dados acabaram por ser invalidados em 1904 após Rutherford ter mostrado que os materiais radioactivos apresentavam radioactividade porque os seus átomos se desintegravam espontaneamente emitindo radiação e calor. Rutherford considerou que a idade de Terra teria que ser muito maior que aquela proposta por Kelvin e dava razão aos geólogos, como no caso de Charles Lyell. Kelvin nunca reconheceu publicamente o provável erro nos seus cálculos. Os métodos de datação baseados na cronologia relativa, quer a partir de dados de natureza sedimentológica ("relógios" sedimentológicos) quer de natureza paleontológica ("relógios" paleontológicos), permitem situar um determinado acontecimento geológico relativamente ao presente.
Fonte:
O conteúdo desta página teve como fonte de informação o manual escolar de Geologia 12º (Porto Editora), Biologia e Geologia 10º/11º ano (Porto Editora), Dynamic Earth (Willey), Physical Geology (McGraw-Hill), Laboratory Manual in Physical Geology (Pearson) e a página web do Prof. Dr. Carlos Marques da Silva (http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Cms/Cmspag/Bioginfo.htm)
Todos os materiais e ilustrações aqui apresentados são para fins não comerciais, e têm como objectivo, esclarecer alunos e professores de algumas dúvidas sobre o tema abordado.
Todos os materiais e ilustrações aqui apresentados são para fins não comerciais, e têm como objectivo, esclarecer alunos e professores de algumas dúvidas sobre o tema abordado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário